BRASIL FICA EM 9º EM RANKING DE IMPOSTOS SOBRE SALÁRIOS

O Brasil ficou em nono lugar, em um ranking de 32 países, com regimes tributários mais atrativos para profissionais de média hierarquia, elaborado pela consultoria Mercer. Segundo estudo da consultoria, um gerente médio que ganha US$ 54 mil por ano (hoje cerca de R$ 96,5 mil anuais, ou R$ 8 mil mensais) versa aos cofres públicos 22,5% de seu salário, incluindo impostos e contribuição previdenciária. É uma incidência de impostos próxima à de outros países latino-americanos, como o México e a Argentina, e mais alta que a de tigres asiáticos e da China. No topo do ranking ficaram os Emirados Árabes, onde não existe imposto de renda pessoal. Um gerente médio tem de pagar apenas 5% de contribuição previdenciária, afirmou a Mercer. O sistema brasileiro, progressivo, tributa em 15% os rendimentos até R$ 2,5 mil mensais, e em 27,5% o que ficar acima disso. Há ainda uma contribuição previdenciária de R$ 308 por mês, independentemente da faixa salarial. A consultoria elaborou rankings considerando profissionais solteiros, casados e casados com duas crianças. A Rússia, segunda colocada na lista, aplica um imposto linear de 13% sobre o ganho pessoal de um profissional solteiro, pouco abaixo do percentual de Hong Kong, terceiro no ranking (14,2%). A ilha foi considerada separadamente da China por ter um regime tributário diferente. A lista segue com Taiwan (14,6%), Cingapura (16,4%), Coréia do Sul (16,5%) e China (20,4%). Em seguida, vêm as economias latino-americanas --México (21,4%), Brasil (22,5%) e Argentina (22,7%). A Índia (29,1%), na 14ª posição, ficou na lanterna dos chamados Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), e os países europeus se mostraram menos atraentes em termos de impostos. Um solteiro na Hungria (50,5%), Bélgica (48,6%) ou Dinamarca (48,5%) estará pagando as médias mais altas do mundo, segundo o estudo da Mercer. Nos outros rankings as posições se invertem ligeiramente, porque alguns países oferecem vantagens tributárias para casais e pais. Não é o caso do Brasil, que por isso perde atratividade nesses rankings. O consultor sênior da Mercer, Brian Waite, disse que os regimes de impostos locais são um dos fatores que as multinacionais levam em conta ao recolocar seus profissionais em escritórios ao redor do planeta. "Impostos têm um impacto evidente no pagamento final e, em países com taxas baixas ou zero, são um incentivo para que os empregados trabalhem no exterior", ele afirmou. "Em lugares com altos impostos, as multinacionais têm de criar pacotes de compensação para pelo menos manter o poder de compra de seus expatriados". Brian Waite sublinhou que os impostos são apenas parte da equação que empresas e empregados têm de realizar ao considerar posições no exterior. "Outras considerações importantes no salário de expatriados são o custo da moradia, escola privada e outros ajustes de custo de vida local, e há complicações em relação às contribuições para os planos de pensão do seu país de origem", afirmou o consultor. "Esses fatores podem contribuir para elevar os custos da mão-de-obra de expatriados."