A luz no fim do túnel: 2023 pode ser bom para o Brasil



Após uma semana de importantes decisões monetárias nos Estados Unidos e no Brasil, do Banco Central – publicação de um resumo das projeções de bancos, consultorias e instituições financeiras sobre as principais variáveis econômicas nacionais –, foi, enfim, divulgado.

O resultado nos mostra um aviso inequívoco: o mercado não está muito preocupado com o resultado das eleições no País, apoiando-se no fato de que, independentemente do candidato que ganhar, não haverá nenhuma loucura no campo econômico.

Os dados reafirmam a tese: a projeção de inflação para 2022, que estava em 6,8% há duas semanas, caiu para 5,8% nesta última pesquisa, estabilizando-se em 5%, para 2023, e caindo para algo próximo a 3,5%, em 2024 e 2025. Não é uma previsão perfeita, pois ainda está acima da meta, mas está longe de ser trágica.

Outra variável-chave, a dívida líquida do setor público, destaca os seguintes números em relação ao Produto Interno Bruto (PIB): 58,4%, em 2022, e 63,2% (2023), 65,2% (2024) e 67,2% (2025). Mais uma vez, dá para melhorar a performance, mas nenhuma ruptura em vista, mesmo após as renúncias fiscais para 2023, e este é o maior ponto de preocupação.

Paralelamente, no contexto internacional, uma boa janela de oportunidades para o Brasil vem se abrindo. Em recentes conversas com empresários, tive a sensação de que investidores estrangeiros veem o País como uma excelente alternativa para investimentos produtivos nos próximos anos, e isso tem algumas explicações bastante plausíveis.

Isso porque, em primeiro lugar, nossos concorrentes vivem situações muito complexas: Rússia em uma guerra que tem minado a sua economia; Turquia cercada por decisões populistas desastradas; e México e Argentina em condições delicadas. Sendo assim, o Brasil se apresenta como uma ótima opção, com matriz energética limpa, mercado gigante e cultura mais conhecida pelos países ocidentais, os quais, após dois anos de uma pandemia de proporções catastróficas, estão mais ressabiados com Índia e China.

Outro tópico a se considerar: o Bacen finalizou, em última reunião, o processo de aumento de juros, enquanto o FED, banco central norte-americano, deu início a esse aumento.

Além disso, é bem provável que, em meados do ano que vem, o Brasil comece a abrandar os juros, ao passo que os demais países ainda estarão vivenciando o contrário – espera-se que este ciclo de altas se estenda nos Estados Unidos por, pelo menos, até 2024.

Em suma, o mais importante, neste momento, é ter em mente de que se desejamos um panorama otimista mais sólido, não podemos enfrentar nenhuma aventura econômica, independentemente do próximo presidente. O Brasil precisa, agora, de calma e previsibilidade. Se isso acontecer, teremos boas notícias já a partir de 2023.

Fonte: Economia