A necessária (e urgente) abertura comercial

A abertura comercial é uma importante ferramenta de desenvolvimento. Um instrumento que, certamente, traria vários benefícios (se realizado, claro, de forma gradual e planejada) ao Brasil, país ainda muito fechado. Aqui vale lembrar que, além da exportação, a importação também traz desenvolvimento. Para se inserir nas grandes e mais tecnológicas cadeias globais de produção, importar e consumir bens de capital e intermediários são ações fundamentais.
Segundo o Banco Mundial, em 2022, o comércio internacional brasileiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) era de 39%, número bem inferior aos da Colômbia (48%), do México (89%), da Coreia (97%), do Canadá (67%) e da média dos países latino-americanos e do Caribe (57%).
Estudos mostram que há uma relação clara entre liberdade econômica (em que está incluído o indicador de livre-comércio) e desenvolvimento social. Um deles é o levantamento do McKinsey Global Institute (MGI), que destaca que maior conectividade com fluxos econômicos globais pode aumentar em cerca de 1,25 ponto porcentual (p.p.) o ritmo de crescimento médio anual da economia brasileira. Dessa forma, a introdução de empresas num ambiente global facilitaria a produtividade e ampliaria a eficiência de processos e a produção. Sendo um ponto significativo, porque um dos principais causadores da falta de desenvolvimento nacional, na última década, foi a queda de produtividade econômica.
Assim como a única variável que pode gerar expansão a longo prazo na economia é a produtividade, a abertura comercial aparece como uma das maiores políticas públicas na área, com a possibilidade de mudar naturalmente o padrão medíocre do progresso brasileiro atual. A exclusão da China na cadeia global ocidental é outro motivo para que o País se apresse a melhorar as condições comerciais. O gigante asiático precisará ser substituído — e o Brasil pode ganhar uma boa fatia do bolo. Apenas imagine os ganhos expressivos que teríamos em emprego e renda.

É evidente que, assim como afirmei no começo do texto, essa abertura deve ser progressiva para não expor a indústria nacional de forma desproporcional. É preciso escalonamento e medidas que garantam a melhoria do ambiente de negócios às empresas brasileiras. Se esse processo for realizado adequadamente, trará benefícios a todos, ao abrir um mercado para mais consumidores e maior acesso a máquinas e equipamentos mais produtivos e modernos. Basta planejamento, e urgência.

Fonte: Economia