Consumo das famílias puxa crescimento da economia no segundo trimestre

O consumo das famílias tem sido responsável pela retomada da economia brasileira. Influenciadas pela desoneração de bens e pelo aumento do crédito e da massa salarial, as famílias gastaram 2,1% a mais no segundo trimestre de 2009 do que nos primeiros três meses deste ano, puxando o avanço de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), no período.


Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias gastaram cerca de R$ 470 bilhões em valores correntes no período. Na comparação com o resultado do segundo trimestre de 2008, o consumo das famílias apresenta alta de 3,2%, e é o 23° crescimento consecutivo.


“O consumo das famílias nunca deixou de crescer, mas a taxa de crescimento tinha desacelerado. Agora, voltou a acelerar. Isso faz diferença, porque esse é o componente que mais influencia o PIB”, explicou a economista do IBGE Rebeca Palis, ao destacar o aumento da massa salarial de 3,3% no segundo trimestre de 2009 e de 20,3% nas operações de concessão de crédito para pessoas físicas.


Com o crescimento de 1,9% de um trimestre para o outro, o PIB interrompe uma trajetória de retração, chamada por alguns especialistas de recessão técnica. No primeiro trimestre, a queda foi de 1% e, no último trimestre de 2008, o recuo foi de 3,4%.


Para esse crescimento, o IBGE também destaca a primeira contribuição positiva desde 2005 do setor externo, com avanço das exportações (14,1%) sobre as importações (1,5%), além do crescimento de 2,1% da indústria. “Parte do que é consumido no país é importado. O consumo das famílias não inclui apenas produtos nacionais, mas também importados”, acrescentou Rebeca.


De acordo com o IBGE, contribuiu negativamente para o PIB a estabilidade do nível de investimentos no país de um trimestre para o outro, em função da queda na importação de máquinas e equipamentos.


No período, o governo também gastou menos (0,1%). E o setor agropecuário, influenciado por problemas climáticos, teve variação negativa de 0,1% .


 

Fonte: Agência Brasil