É HORA DE RESGUARDAR O PATRIMÔNIO

A ameaça cada vez mais próxima de recessão nos Estados Unidos tem tudo para assustar empresas e pessoas físicas com dívidas em dólar a vencer no curto prazo. As opções, para quem não quer correr o risco de enfrentar grandes oscilações ou para quem pretende viajar para o exterior nas próximas semanas, são a escolha dos fundos cambiais ou a compra direta da moeda norte-americana. "Mas essa não será uma tendência para o ano inteiro. O dólar não deverá provocar grandes sobressaltos como ocorria no passado. A indicação é válida apenas para esse período de maior turbulência", diz o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef-SP), Keyler Carvalho Filho. Outra indicação para quem pretende fugir dos respingos da crise – essa válida também para investidores interessados em proteger o patrimônio – é a aplicação em ativos considerados de blindagem, caso do ouro e da prata. "O ouro é um ativo de grande liquidez. Por isso, é muito indicado em situações como essa. O problema é que o preço dele já subiu muito. Quem entrar agora poderá ter prejuízo na frente, caso a recessão não seja duradoura, fazendo o preço do metal voltar a cair", diz o executivo do Ibef. O preço à vista do ouro na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fechou cotado a R$ 51 o grama na última segunda-feira, dia em que o pacote de socorro à economia norte-americana, anunciado pelo presidente dos EUA, foi mal digerido pelos mercados financeiros de todo o mundo. Só para efeito de comparação, o metal terminou o mês de janeiro do ano passado cotado a R$ 44,90 o grama. Sem liquidez – Também considerada uma blindagem contra períodos de oscilação, a compra de imóveis é descartada para quem pretende apenas proteger o patrimônio. "Essa era uma boa alternativa no passado, mas, devido à pouca liquidez, não é indicada atualmente. Há outros investimento que oferecem maior liqüidez", explica o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri. Ele cita, por exemplo por exemplo, as aplicações em fundos DI. "Com a queda dos juros nos EUA e a expectativa de manutenção ou de até uma elevação da taxa de juros no Brasil, volta a ser interessante investir em renda fixa, já que os juros brasileiros ocupam o segundo lugar dentre os mais altos do mundo", argumenta Alfieri. Para o investidor que já está assustado com as últimas quedas registradas pelas bolsas de todo mundo, o executivo não aconselha a compra de ações, apesar de as quedas serem atrativas para quem esperava comprar os papéis em baixa. "Esse, certamente, não é um mercado indicado para o investidor avesso ao risco", diz.

Fonte: Diário do Comércio