Rendimento médio do trabalhador é recorde para o mês de maio, diz IBGE

Ganho médio real da população ocupada ficou em R$ 1.566,70.
A média dos cinco primeiros meses do ano também é a melhor já obtida.

O rendimento médio real da população ocupada, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, chegou a R$ 1.566,70 e é o maior já registrado para o mês de maio desde 2002, ano em que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) começou a ser realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta foi de 1,1%, na comparação com abril deste ano, e de 4% em relação a maio de 2010. Entretanto, o melhor resultado da história da PME ocorreu em outubro de 2010, quando a média do rendimento chegou a R$ 1.593,13.

Na média dos cinco primeiros meses do ano - de janeiro a maio -, também é o melhor resultado já obtido, ficando em R$ 1.567,65. Antes disso, o maior valor para o período tinha sido de R$ 1.511,15, em 2010. “Vários fatores explicam o maior rendimento para o mês de maio da série histórica, como a transição por novas vagas de trabalho e mudanças na estrutura do mercado. Até a inflação também tem uma participação”, explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O surgimento de novas vagas, historicamente, tende a baixar o rendimento da população ocupada, exatamente por essas novas vagas pagarem menos. Então, a gente vai ter que esperar as próximas pesquisas, porque esse é um dos fatores que pode fazer cair o rendimento médio da população ocupada”, observou Azeredo. “Eu não posso dizer que a inflação teve uma influência maior no aumento dos rendimentos, mas ela tem um poder que acaba influenciando na queda ou na evolução dos valores”, complementou.

Desde dezembro de 2010, o rendimento médio sobe e desce, em um movimento contínuo, de um mês para o outro. “A volatilidade no rendimento é efeito da inflação e da transição de novas vagas”, afirmou Azeredo. “A gente precisa de mais meses para entender essa variação”, complementou o gerente do IBGE.

“Mas a gente pode adiantar que, em todos os indicadores da pesquisa, inclusive no de rendimento, em relação à média dos últimos cinco meses fechados, o resultado é positivo, é favorável”, concluiu.

Região Metropolitana de Porto Alegre tem única queda


Na comparação do mês de maio com abril deste ano, das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, apenas a de Porto Alegre apresentou queda no rendimento médio, de 2,3%, baixando de R$ 1.545,10 para R$ 1.508,10. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife tiveram altas, que variaram de 0,9% a 2,6%.
Recife teve o menor valor registrado, de R$ 1.077,40, enquanto o Rio de Janeiro teve o maior, de R$ 1.682,40.


“O fechamento da fábrica de calçados Azaléia, em Parobé, próximo a Porto Alegre, pode explicar o fato de aquela região ter sido a única a apresentar queda de rendimento dentre as seis pesquisadas”, comentou Azeredo. O fechamento da Fábrica provocou a demissão de 800 funcionários.
Já com relação ao nível de rendimento médio por atividade, o maior aumento registrado, de acordo com a PME, foi no setor de Construção, que cresceu 6,6% no mês passado (R$ 1.361,20) na comparação com abril (R$ 1.276,59), e 9,5%, na comparação com maio de 2010 (R$ 1.242,63). A única queda foi registrada no grupamento de “Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias intermediação financeira”, que caiu 3,1% em maio (R$ 1.950,90), na comparação com abril (R$ 2.013,34), e 4,1% na comparação com maio de 2010 (R$ 2.035,76).
“O rendimento em ‘serviços prestados’ caiu em todas as regiões. Uma das explicações é a queda no número de vagas, mas vamos ter que esperar as próximas pesquisas para poder avaliar o que ocorreu”, disse Azeredo. O maior valor de rendimento médio foi registrado no setor de “Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social”, chegando a R$ 2.206,30.

Fonte: Bernardo Tabak Do G1 RJ